domingo, 27 de janeiro de 2008

Os Costas, I


Bom, se você acredita em linhas muuuuuuiiito extensas, esta é a genealogia dos Costas Dorias, em sua (quase) varonia. Até o século XIV, a linha é feita emendando-se as gerações pelos patronímicos e pelas funções análogas exercidas pelos personagens (é uma linha de alcaides-mores de Évora). Depois de Soeiro da Costa, a linha se torna segura — tão segura quanto é possível uma linha documental, claro.

Se Gonçalo da Costa, abaixo, for filho de Mem Gonçalves, fundador do mosteiro de Mancelos em 1110, então seria neto de Gonçalo Pais, e bisneto de Paio Cavaleiro, ambos naturais da Galiza — se acreditarmos nas notas às margens do Nobiliário do Conde D. Pedro.

1. GONÇALO DA COSTA
Sr. da Quinta da Costa em Mancelos, perto de Amarante; o nome vinha-lhe de uma torre ao pé de uma capela de N. S. da Costa, no mesmo local. Atesta-se primeiro em 1139 numa doação de D. Afonso Henriques a Mendo Eriz, de uma quinta em Creixomil; em seguida, numa escritura de 1154 que assinou com D. Afonso Henriques e com outros fidalgos, na qual faz-se doação do couto de Semide. Assina ainda mais outro documento em 1185 em Coimbra. Pai de, segundo os nobiliários:

2. MEM GONÇALVES DA COSTA
Viveu nos fins do século XII e começos do XIII; s.m.n. Pai de:

3. MARTIM MENDES DA COSTA
Cavaleiro, 1ºalcaide-mor de Évora nesta família, 1246-1257, † após 17.1.1265. Pai de:

4. SOEIRO MARTINS DA COSTA
N. em meados do século XIII. S.m.n.

5. AFONSO SOARES DA COSTA
Viveu ao tempo de D. Diniz (começos do século XIV). Irmão de Pedro Soares da Costa, alceide-mor de Évora em 25.4.1279, antes alcaide-mor de Beja em 1260 (Soveral acha que era filho de Pedro, e não seu irmão, acrescento. Pai de:

6. LOPO AFONSO DA COSTA
Viveu no século XIV; juiz de Tavira no Algarve em 1358, † após 1372, quando, em 23.4 recebeu uma azenha (doada por D. Fernando, de quem era vassalo) que pertencera a seu sogro. C.c. uma filha de João Galvão, cavaleiro algarvio, neta de Pedro Galvão, mestre de letras que vivia no tempo de D. Diniz.

7. AFONSO LOPES DA COSTA
A 21.2.1384 teve do Mestre de Aviz o prazo de uma azenha em Tavira. C.c. Margarida Annes: a 26.4.1401 num aforamento em Lagos são mencionados ambos, talvez ††. Pai de:

8. SOEIRO DA COSTA (ver em seguida)

Manuel Soveral acha que Soeiro da Costa era filho de Paio Afonso da Costa, personagem não documentado, e neto de Afonso Lopes da Costa.

Na ilustração, armas dos Costas, usadas por esta família e reiteradas numa carta d'armas de começos do século XVII: de vermelho, com seis costas de prata, 3 e 3, firmadas nos flancos do escudo. Elmo de prata aberto e guarnecido de ouro; paquife de prata e vermelho; e por timbre, duas costas das armas passadas em aspa e atadas com um torçal sanguinho.

O timbre não aparece, no desenho de João du Cros para o Livro do Armeiro-Mor, de 1509. Note-se que as armas exibem, de forma estilizada, uma caixa torácica esfolada, com as costelas brancas sobre a musculatura sangrenta. São, de modo agressivo, armas falantes.

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